Como Paulo Freire escreveu:
"Gosto de ser gente porque, mesmo sabendo que as condições materiais, econômicas, sociais e políticas, culturais e ideológicas em que nos achamos geram quase sempre barreiras de difícil superação para o cumprimento de nossa tarefa histórica de mudar o mundo, sei também que os obstáculos não se eternizam". ( 1996, p. 60).
Lendo sobre Paulo Freire pode-se ter esperança, vontade, ousadia. As questões que ele abordou são importantes e serão vistas e revistas com o passar de muitos anos, porque ele fala em sonho , em fantasia, criar, inovar, ser diferente fazendo a diferença, buscando a construção de si , contribuindo na construção do outro. Quando me deparo com a palavra INACABADO, vejo que realmente Paulo Freire tem razão , que somos seres inacabados convivendo com outros seres inacabados, buscando uma sociedade e um mundo melhor, mas muitas vezes nesta busca olhamos para o nosso umbigo e esquecemos dos outros, e acabamos fazendo coisas para o nosso bem esquecendo dos que nos cercam. Somos egoístas, individualistas. É preciso uma caminhada constante. O professor precisa muito de conhecimentos e trocas para melhorar a sua prática. Infelizmente ainda parece que vivemos no passado no que se refere a Educação , é incrível que temos consciência disso e fazemos muito pouco para mudar, as crianças mudaram, o professor mudou , mas a Escola estruturalmente continua bem dizer a mesma, claro que algumas com mais recursos, mas ainda infelizmente centrada em conteúdos, notas , pareceres, aprovação, reprovação, cópia, caderno, quadro e giz .
O professor corre atrás das mudanças procurando ler e entender o que acontece com a tecnologia, com o mundo , com as famílias e principalmente com seu aluno . Aluno este que tem acesso de diferentes maneiras a muitas informações ao mesmo tempo, mas não consegue transformá-las em conhecimento, que é curioso, que é único, que não consegue ficar parado, que é agressivo ou passivo, que é atento ou desatento, que mostra seu desencantamento ou é encantado por diversas coisas que não fazem parte da rotina escolar, que não interage ou fala demais, que não está motivado, que vai na aula só pra comer merenda e brincar ou que vai na aula esperando encontrar respostas para suas inquietações, que não são as mesmas de seus colegas.
É muito irônico constatar que nós professores temos muitas inquietações em comum, e mesmo distantes e em escolas diferentes enfrentamos problemas e episódios parecidos , que nos perturbam, encomodam , alegram, nos fazem andar, correr, ir de encontro a uma resposta. Infelizmente encontramos estas respostas na teoria e ainda não conseguimos colocá-las em prática, precisamos ser mais unidos, lutar pelos nossos ideais. É isso que passamos pra nossos alunos: que eles façam a diferença, que se tornem cidadãos, que possam contribuir na sociedade, mas e nós professores?? Não somos meio parados, não esperamos respostas prontas, leis, ordens, que nos digam o que fazer e como fazer??
Acredito que todos nós estamos em um caminho comum , o da inquietude, do questionamento , da auto-avaliação, da aprendizagem, mas ainda continuamos esperando. Claro que fazemos a diferença, que nos posicionamos, mas é preciso mais, é preciso OUSADIA.
Quanto a participação na Wikistórias , achei muito interessante , fiz várias leituras e contribuí com minhas colegas e elas comigo, pude trocar informações, acontecimentos .No começo foram muitas apresentações, mas depois a fila andou e os assuntos surgiram . Também abri uma sala sobre o Trabaho em grupo e diferenças, que teve contribuições, onde ouve espanto quanto a um dos questionamentos. O assunto que me intrigou foi referente a GREVE que é comum os professores fazerem , mas que nos últimos anos, não tem dado muito certo e quem sai perdendo são os alunos e os professores, eu particularmente nunca fiz greve, mas já fui aluna em ano de greve, não que não acho importante lutar pelo que temos direito, mas esta maneira não me agrada.